Colatina deve se tornar o centro fornecedor de biodiesel do Norte do Espírito Santo nos próximos dois anos. A empresa BE Agroenergia vai instalar no município uma fábrica do biocombustível, que será feito do óleo extraído do pinhão-manso. "Estamos na fase de fomento para o plantio do pinhão. Nossa expectativa é começar a produzir o biodiesel no primeiro semestre de 2010", adiantou um dos acionistas da BE Agroenergia, José Maria Ramos.
O investimento será de U$ 70 milhões. Para começar a produzir o biodiesel, a empresa espera ter 60 mil hectares de plantação de pinhão-manso para abastecer a fábrica. Segundo Ramos, o cultivo da planta é um bom negócio para as pequenas propriedades que trabalham com agricultura familiar.
"É uma planta que não pode ter a colheita mecanizada. Vamos pagar, no mínimo, R$ 0,40 por quilo da semente. Calculamos um rendimento anual para o produtor de mais de R$ 2 mil por hectare", afirmou José Maria Ramos.
Produção
A capacidade de produção da fábrica será de 100 mil toneladas de óleo por ano, feitos do processamento de 300 mil toneladas da semente de pinhão-manso. A casca do fruto será aproveitada na fabricação de adubo orgânico.
A idéia da BE Agroenergia é fornecer o biodiesel para grandes indústrias e empresas de transporte instaladas dentro do próprio Espírito Santo, como Vale, Arcelor e Viação Águia Branca.
Assim que a produção do pinhão estiver garantida, a fábrica começa a ser construída, e deve ficar pronta em 11 meses. "Caso ainda não tenhamos produção suficiente para construir a fábrica, vamos enviar o pinhão para processamento fora do estado", esclareceu Ramos.
Instalações
Em até duas semanas a BE Agroenergia terá uma base instalada em Colatina. A fábrica deve ser construída às margens da BR-259, a 10 km do centro da cidade. Além de contar com a produção de agricultores do Estado, a empresa também vai comprar pinhão de produtores de Minas Gerais.
A BE Agroenergia faz parte do grupo nacional Brazil Energy, que atua também nos setores de produção de etanol e coque de petróleo. No Brasil, o Espírito Santo é o único Estado que recebeu investimentos do grupo na área de biodiesel.
Números
40% de reduçãoÉ quanto os biocombustíveis podem ser menos poluentes que os combustíveis fósseis.
60 mil hectares
É a área inicial de cultivo do pinhão-manso para abastecer a produção da fábrica de biodiesel.
R$ 1,2 mil de lucro
É a média de lucro anual, por hectare, na produção do pinhão-manso, de acordo com o Incaper.
Detalhes da produção
O negócio
Investimento.Serão investidos U$ 70 milhões na fábrica de biodiesel feito com a semente do pinhão-manso.
Localização.
A fábrica será instalada na BR-259, a cerca de 10 km de Colatina.
Capacidade.
A produção inicial da fábrica será de 100 mil toneladas de óleo por ano, feitos do processamento de 300 mil toneladas de pinhão-manso.
Atividade.
A estimativa da BE Agroenergia é já ter produção de biodiesel no primeiro semestre de 2010.
Construção.
O tempo de construção da fábrica deve ser de 10 a 11 meses. O projeto começa a sair do papel assim que a colheita do pinhão estiver garantida pelos produtores.
Aproveitamento
I. Cerca de 45% do óleo da planta será extraído com o método utilizado na fábrica.
II. Da casca do pinhão pode ser feito adubo orgânico para comercialização.
Preço.
O preço mínimo que a BE Agroenergia afirma que vai pagar aos produtores é de R$ 0,40 por quilo de pinhão.
Lucro.
Com isso, o rendimento anual dos produtores chegaria a mais de R$ 2 mil por hectare.
Mercado.
A empresa pretende atender ao mercado interno, fornecendo biodiesel para grandes indústrias e empresas de transportes instaladas no Espírito Santo.
A planta
Valor.O pinhão-manso é uma planta que tem como único valor comercial a fabricação do biodiesel, feito do óleo extraído de sua semente amarelada.
Rendimento.
O rendimento do pinhão na produção do biodiesel é três vezes maior que o da semente de mamona, e o dobro do girassol.
Colheita.
Em apenas sete meses, o pinhão já apresenta frutos prontos para comercialização. Depois de três anos, a planta já apresenta uma quantidade regular de frutos para colheita. São várias floradas por ano.
Mão-de-obra.
Na colheita deve ser usada, principalmente, mão-de-obra da agricultura familiar, já que o processo não pode ser mecanizado.
Terra.
O pinhão-manso pode ser usado na recuperação de áreas degradadas e plantado em consórcio com outras culturas, e até mesmo com pastagem, já que é uma planta que os animais não comem.
Duração.
O tempo de produtividade do pinhão-manso é de 50 anos, em média.
Cida Alves